É mais que conhecida a importância das barracas para a economia local e preservação das praias em destaque, com ressaltada democratização do espaço público.
O Distrito de Arraial D’Ajuda, conhecido por suas belas praias e rica cultura, está enfrentando uma batalha entre os proprietários de barracas de praia e os órgãos governamentais responsáveis pela regulamentação e preservação ambiental.
As barracas de praia desempenham um papel crucial na economia local, atraindo turistas de todo o mundo e gerando empregos diretos e indiretos. Além disso, esses estabelecimentos contribuem para a preservação das praias, uma vez que os proprietários são incentivados a manter a limpeza e conservação do local, promovendo a conscientização ambiental entre os frequentadores.
No entanto, recentemente, os proprietários das barracas se veem diante de um impasse com o Superintendência de Patrimônio da União (SPU) e o Ministério Público (MP). Embora o IPHAN – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – tenha aprovado os projetos de novas implantações das barracas, com foco na sustentabilidade e na melhoria da infraestrutura, a SPU tem criado barreiras e entraves burocráticos para sua implementação.
A proposta apresentada pelo complexo de barracas além de prever a necessária demolição da estrutura ali instalada, também prevê a redução das unidades que contariam agora com no máximo 35 metros quadrados, demonstrando a redução do uso do espaço e a adequação à realidade local.
A SPU, órgão responsável por regulamentar o uso do espaço público, alega que algumas das barracas estão em desacordo com a legislação, ultrapassando os limites demarcados para a ocupação nas praias. Essa situação desencadeou uma série de disputas judiciais, nas quais os proprietários das barracas se veem ameaçados de perder seus negócios e fontes de subsistência.
A questão central que vem à tona é a fragilidade do judiciário em cumprir o que a Lei determina, tendo em vista que se vê diante de entendimento prejudicial em detrimento da praia de Mucugê, mas em situações semelhantes, como é caso das praias de pitinga e parracho, especialmente onde consta o Arraial DAjuda Eco Parque, onde existe entendimento diverso tanto do MPF, quanto da própria SPU.
TURISMO E CULTURA SOCIOECONÔMICA AMEAÇADAS POR INTERESSES PRIVADOS
É importante destacar que as barracas de praia em Arraial D’Ajuda desempenham um papel essencial na democratização do espaço público. Ao oferecerem estruturas de apoio aos visitantes, como cadeiras, guarda-sóis, banheiros e opções gastronômicas, elas proporcionam acessibilidade e conforto para todos que desejam desfrutar das belezas naturais da região. Além disso, a presença dessas barracas contribui para a criação de uma atmosfera animada e acolhedora, característica do local.
Diante desse impasse, é necessário um diálogo aberto entre os órgãos responsáveis, os proprietários das barracas e a comunidade local, visando encontrar soluções que preservem tanto o meio ambiente quanto a economia da região. É fundamental que o judiciário atue de forma ágil e eficaz, garantindo o cumprimento da Lei, mas também considerando os aspectos sociais e econômicos envolvidos.
Enquanto isso, os proprietários das barracas de praia em Arraial D’Ajuda aguardam ansiosamente por uma resolução que assegure a continuidade de seus negócios, a preservação das praias e a valorização do espaço público, reconhecendo a importância desses estabelecimentos para a economia local e a democratização do acesso às belezas naturais da região.
Há quem diga, inclusive, que um importante e conhecido empresário local do ramo da construção civil, estaria representando os interesses financeiros e imobiliários por trás de todo esse imbróglio em torno dessa área. A intenção é realmente privatizar o local e entregar para uns, aquilo que a natureza preparou para todos.
Enquanto não se resolve tal impasse, já com 06 barracas fechadas, o local tem sido tomado pela criminalidade e os barraqueiros, que só possuem essa fonte de renda, estão em profundo desespero, sem saber que rumos serão tomados.